quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Aliviada em poder dizer que "me formei, sou Técnica em Telecomunicações" e algumas reflexões sobre os últimos anos.

O Menino Prodígio do Crime
Foi no mês de agosto de 2011, há mais de 5 anos atrás, que iniciei essa jornada, lembro que na época eu fui uma das 3 alunas da minha escola que haviam conseguido passar na prova de seleção para o ensino médio e técnico no IFCE.

Hoje dia 13 de outubro de 2016 (quando comecei a escrever esse texto) foi oficialmente o meu último dia de aula, mas decide esperar um tempo para publicar isso aqui, eu estou esperando a colação de grau e a festa de formatura que minha turma vem se organizando e preparando desde o começo do ano.

Até então eu havia passado a primeira parte da minha vida acadêmica, o ensino fundamental, em uma única escola, foram 11 anos estudando no Colégio Piamarta, com os mesmos colegas de classe, os mesmos professores, o mesmo caminho de ida e volta para a casa.

Então, no IFCE eu passei a segunda parte da minha vida acadêmica, o ensino médio, onde descobri que a matemática que eu conhecia e amava era muito mais complexa do que eu imaginava, também foi onde eu tirei a minha primeira nota baixa em toda a minha vida, e eu chorei desesperadamente por achar que reprovar uma disciplina era o fim do mundo.

Foi no IFCE que aprendi a nadar, tomei gosto pelo esporte (a minha escoliose agradece por isso) e entrei na turma da pré-seleção de natação. No IFCE conheci pessoas incríveis, professores que ses tornaram grandes mentores, colegas que se tornaram amigos e hoje também posso considerá-los parte da minha família.

Passei por muitos momentos de alegria e muitos momentos infelizes dos quais eu pensei em desistir do curso técnico e ir embora tentar outra coisa. Dizem que desistir é para os fracos, porém eu não concordo com essa afirmação, eu acredito que uma pessoa precisa ser muito forte para desistir de determinada coisa e escolher outro rumo para seguir em frente e a realizar coisas não previstas.

Uma das situações que me faziam pensar em desistis? As greves, sim, no plural.

Sabia que no meu primeiro semestre de aula eu fui surpreendida com uma greve? Pois é, a primeira greve que os professores realizavam depois de tantos anos. Uma greve superada e a vida segue normalmente como se nada tivesse acontecido.

O problema é que mais tarde eu passaria pois mais 2 greves e infelizmente não sei porquê quando algo desagradável acontece em nossas vidas acaba se tornando uma lembrança recorrente sobrepondo as lembranças boas.

E era ainda mais frustrante quando todos os meus familiares que achavam o máximo eu estudar numa escola federal tão nova (era só o ensino médio e o técnico, ainda não era a faculdade, mas eu já era genial), eram os mesmos familiares que ficavam insistindo em saber o que eu ia fazer durante a greve e quando o meu curso acabava. Eu entendo de verdade a preocupação, mas eu utilizava esse tempo para me descobrir, fazer outras coisas, como por exemplo aprender um novo idioma (eu lembro que fiz isso na primeira greve).

Mas eu não quero ficar falando de coisas tristes, esse é um momento de alegria, de superação. Quando eu comecei a estudar no IFCE, a estrutura do meu curso era um pouco diferente da que os alunos novos estão tendo a chance de experimentar. Em 2011 eu comecei vendo todas as cadeiras do ensino médio e só fui entender mais da parte técnica em telecomunicações em 2015 e 2016, logo demorou um tempo para eu ter certeza se esse era mesmo a especialização que eu queria fazer. Mas como eu tinha tido algumas greves no meio do caminho eu pude experimentar outras coisas como o Design Gráfico (que gosto muito e prático até hoje) o que me fez cogitar a graduação em Sistema e Mídias Digitais na UFC após fazer o ENEM.

Bem, hoje me despeço da Vitória adolescente e me preparo para entrar na terceira parte da minha vida acadêmica, a graduação, e eu poderia dizer que essa é uma despedida ao IFCE, mas não é, estou seguindo na instituição para a faculdade de Engenharia de Telecomunicações, mas isso é uma conversa para outra hora, mas me sinto a experiência dos últimos 5 anos me deixou bem preparada para o que estar por vir.

Obrigada Vi, por não desistir ou desistir aos poucos até desistir de desistir. Espero que seu caminho daqui para a frente seja brilhante.

- Vitória C. Holanda